Criação: A escolha de ser livre
Se eu pudesse aconselhar um jovem designer, diria que nunca aceitasse todos os conselhos sem antes perguntar a si mesmo: "posso saber os atalhos para chegar mais cedo ao fim de meu aprendizado?". Se a resposta for "sim", diria que esqueça tudo o que ouviu e comece a fazer seu próprio caminho, mesmo que pareça mais difícil e seu horizonte inatingível..
Fazer atalhos para chegar a algum lugar não faz sentido quando se trata de criação.
A criação é como uma longa estrada cheia de belas paisagens, curvas, vales, montanhas, desertos, rios, penedos e planícies que temos a percorrer para chegarmos ao sucesso. Se buscarmos atalhos, alcançaremos o resultado, talvez financeiro, mas nunca de satisfação, porque deixamos de ganhar um tempo precioso através da observação, e das belas memórias dos caminhos que percorremos.
Criação é o entrelaçado da percepção e muitas vezes do sacrifício de contornar obstáculos, que nos poderá dar as respostas ao final da trajetória, aliado ao conhecimento das rotas percorridas para que possamos prover ao nosso cliente um mapa mais seguro daquilo que propomos ao final da jornada. E nem sempre os atalhos nos poderão dar esta confiança em nossos resultados.
Persiga sempre os seus instintos, e não se deixe embriagar pelo sucesso dos que o precederam na jornada. Por isso você é um criador, parecido com Deus, que se desejasse uma copiadora teria inventado a xerox muito antes do dilúvio. Mas Deus o fez também criador, e há até quem lhe pague para fazer isso. Por isso, tenha prazer em criar, e não afogue sua intuição nos conselhos de quem tem medo do que é novo, e lhe pede para buscar inspiração apenas "nas tendências do mercado". Você faz a tendência, que o mercado pode aceitar, ou não. Mas daí, é só recomeçar. Faça como Deus, passe um balde d´água e comece tudo de novo. Até acertar. E quando pensar que acertou, de novo esqueça tudo o que fez, e comece tudo outra vez. Um dia chega lá. E se não chegar, que importa isso? Afinal você conheceu as mais belas paisagens que sua imaginação pôde permitir visitar.
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