Imponente, ou Prepotente?
Pacard
Temos um pequeno leão esculpido em jacarandá aqui na sala de casa, que minha esposa ganhou de um escultor do interior de Minas, por ocasião de uma das visitas que fiz ao seu atelier. Um belíssimo trabalho e temos orgulho em ostentá-lo no espaço mais nobre do nosso living ( poderia chamar de sala, mas aqui cabe o termo, saberão porquê logo adiante).
Já vi muitos leões esculpidos, pintados, fotografados, desenhados, e até pessoalmente ( infelizmente pros felinos, mas felizmente pra mim, haviam grades entre nós). O Urro do leão, atemoriza, assusta, impõe respeito, cria barreiras e nos faz gelar a espinha. E se esse aviso vier da mata, certamente outros fenômenos fisiológicos menos dignos também podem acontecer.
É um animal imponente. Em geral, mantém-se silencioso. Nunca faz barulho antes, e nem mesmo durante o ataque. Sempre após, mostrando à todo seu Reino, quem foi o vencedor. Ou então, diante de um combate corpo a corpo, quando o adversário estiver ao seu alcance de poder. Então, semelhante à outros animais ( certos indivíduos também emitem sons ininteligíveis que se destinam a causa pavor ao adversário, isso não por aviso, mas por esperança que pelo berro, o outro se intimide), o Leão faz sua escaramuça, dá voltas, mas finalmente parte para o ataque.
É um animal que certas pessoas até tem em suas casas, raro, mas conheci alguns casos. Dá certo status, dizendo: “sou forte, pois até os leões me obedecem!”. Não fosse o nojo de pisar em cocô de leão, ou ter que andar com uma sacolinha pelas ruas recolhendo caquinhas de leão, ou uma pazinha, juntando o que restar das pessoas que ele devoraria em seu passeio matinal, talvez eu até tivesse um leão em casa. Infelizmente, aqui em meu condomínio, não são permitidos animais que devoram pessoas (língua ferina não conta). Trata-se de fato de um animal imponente! Seu ataque é certeiro e em fração de segundos, quase sem dor, sua presa está no seu cardápio. Geralmente o macho fica observando os acontecimentos, e são as fêmeas quem partem para o ataque. De igual imponência e beleza. Elas porém, mais graciosas e esbeltas. São bem distintas as figuras da fêmea e do macho. Impossivel ser enganado.
O Leão caminha com imponencia pela savana. Caminha com imponencia até mesmo dentro de sua jaula. Prisioneiro, sim. Derrotado, jamais.
De outro lado desta contemplação sobre a personalidade da nossa fauna doméstica (o mundo não é nossa casa?), vejo outro animalzinho que também devora criaturas mortas de outras espécies, e até mesmo da sua própria: a hiena. Poém, diferente do leão, a hiena dificilmente se empenha muito na caça, e quando o faz, é à custa de muito estardalhaço, em bando, e vence o adversário pela maldosa implicância e cerceamento do andar. Cercam a vítima, emitem seus grunhidos e risadinhas enfadonhas, vão mordiscando aqui e ali, e abatem sua vítima pela dor e pelo cansaço.
Porém, nunca vi um quadro, uma pintura, uma foto de mural, um bonequinho de pelúcia, nem mesmo um daqueles brinquedinhos de látex dos bebês que fazem “fiu-fiu” quando apertam, que representem uma hiena.
São feias, caminham de lado se esgueirando, seus gemidos se confundem com risinhos maliciosos, e ainda não cheguei na parte nojenta da coisa: Comem merda! Comem carniça! Comem o que encontram, e não se esforçam por qualidade. Andam aos bandos atrás de outros predadores, não para colaborarem na caçada, mas para roubarem os despojos. Quando caçam, jamais atacam alguém maior do que elas (ao contrário do leão, que nçao perde tempo nem energia caçando lebres). São vorazes, mas nunca atacam de frente. Sempre se esgueirando, de lado, arredias e incomodativas. São prepotentes, pois desejam o que não buscaram por esforços. Querem estar no banquete, mas não levam nem mesmo o refrigerante.
Jesus é descrito como o Leão da Tribo de Judá! Mas como hiena...bem, acho que tem pessoas com este estilo também.
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