O Escorpião e o Designer
Reza a fábula que um sapo pulava tranquilamente, lendo seu jornal, em direção ao rio, ao ser abordado por um mau caráter notório, que contratava sapos para coaxarem ao entardecer, porque seus negócios não prosperavam mais, concorrência esra acirrada e a mpusica ao vivo proporcionada mais horas de faturamento, ou pelo menos a esperança que faturassem ano lusco fusco da tardinha, o que não haviam conseguido faturar durante o dia inteiro de luz solar. Então, contratavam os pobres batráquios com bajulações e cantilenas que falavam de promessas de parcerias, reconhecimento, e sobretudo amor à causa, apelando para os sentimentos dos sapos, cujo intento era em primeiro lugar, salvar o brejo. Em segundo lugar, brejo salvo, bem, não custava nada constranger o pobre sapo a cantarolar umas notas a mais, afinal, ele havia recebibo uma oportunidade ímpar de exercitar seus talentos com alguém muito importante, segundo o próprio contratante, o escorpião, e em terceiro, lugar, ganhar vantagem mesmo, pois escorpião não é de ferro.
Mas, como também diz a fábula, o escorpião pula confiante nas costas do sapo, após toda a ladainha de confiança, blablabla, e segue tranquilo rio abaixo. Não porém sem deixar que o sapo perceba que é ele quem está levando o hospedeiro, que inverte a historia e prova por todas as letras que o sapo não seria capaz de seguir sua jornada sem o incentivo do venenoso de cima, que dava pequenos chutes discretos no burro de carga, enquando abanava para a bicharada que perambulava pelas margens, como se fosse um fidalgo sobre o lombo de seu corcel.
No mundo do design, não é muito diferente disso. Designer é aquele individuo indesejado pelo fabricante, mas que por exigencia do mercado, se vê obrigado a cavalgar um deles volta e meia, suportá-lo dando pitacos em sua indústria, e finalmente, ter a alegria de despachá-lo para outras querências quando o trabalho é terminado, pois a partir dali,pensa que compreendeu tudo e não necessita mais deste profisssional caro mamando nas tetas de sua laboriosa empresa, e que aquilo que ele fez, o “guri que mexe com computador” é plenamente capaz de fazer igual ou melhor, e com a vantagem, que não precis pagar tanto nem puxar-lhe o saco para mostrar aos concorrentes que tem seu proprio designer à tiracolo. E lá vai o designer com sua mala de idéias espalhar ao vento pelas feiras e tomar chá de banco pelas fábricas (diz-se que se reconhece um designer experiente pelo tamanho do calo na bunda de tanto tomar chá de banco).
Parece um desbafo, mas não é. É apenas uma constatação. Eu já encerrei este capítulo (espero) de vender idéias. Ironicamente, estou do outro lado da mesa agora, e com isso espero poder recordar do que apreendi pela jornada, e possa oferecer ombro a parceiros e colegas, em lugar de dar as costas como almofada para escorpiões que mesmo sabendo que podem precisar atravessar outras corredeiras mais adiante, e sem se dar conta que os sapos se comunicam enquanto coaxam, e nos atacam, jogando por terra sua fonte de renda de algum dia e a garantia de sua soberania: os talentos.
Qualquer coincidencia é mera semelhança.
PS: Alguns personagens são ficticios (por exemplo, escorpião não oede carona pra sapo, que tem lingua comprida, mas para jacaré, que tem braço curto). Também lembro que nenhum empresário mal intencionado sofreu maus tratos durante a realização deste texto. Foram pagos os devidos tributos.
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