O Design é o ponteiro fiel de uma bússola que aponta para um norte magnético, cuja fonte não podemos alcançar, senão nos guiarmos por ela. A este fenômeno, chamamos Tendências. Os indicadores de tendências são sempre subjetivos. São como portas brancas numa parede branca num imenso corredor. São as sutilezas das frestas que indicam o que pode ter atrás das portas, e nestas portas não há chaves, mas segredos, códigos. São como feromônios, apenas percebidos pelas espécies num cio temporário de oportunidades que não voltam duas vezes ao mesmo lugar, e quando voltam, já estão vencidos. O que diferencia o senso empreendedor comercial é o senso de oportunidade
distintamente selecionada pela sensibilidade e visão de cada empresário diante das informações que recebe. A uns, um cavalo veloz é apenas um cavalo veloz. A outros, uma aposta de grande monta, não irresponsável, pela aventura, mas calculada pelo grau de conhecimento do cavalo e de cada concorrente no páreo. O Design não salva a economia duma empresa, mas determina sua capacidade competitiva e postura de campeã na luta pelo mercado. Da mesma forma, a bússola não salva o navegador, mas aponta uma direção segura para que este, com os demais conhecimentos agregados, caminhe para um rumo confiável.
O Ponteiro das tendências sociológicas, políticas, econômicas, e principalmente industriais, apontam, hoje, para uma direção: o Oriente. É de lá que chegam as notícias diárias, seja das guerras do Oriente Médio, das tendências filosóficas e religiosas do Oriente exótico, mas principalmente da economia do grande "dragão" que despertou. Seria ingenuidade pensar que os chineses também não estejam preocupados em determinar uma identidade a longo prazo aos seus produtos. Estão sim. Tanto estão que, comparativamente à América do Norte, que lança no mercado anualmente vinte mil novos designers, a China está preparando cerca de duzentos mil profissionais de criação, que cairão como um Tsunami nos mercados, lado a lado com os fabricantes, e proporcionarão um verdadeiro furacão nas tendências a partir de então. Atendo-nos apenas ao tema deste estudo, temos já hoje a China produzindo cerca de 70% de todo o piso de bambu que abastece a Europa e América do Norte, sendo a América do Sul ainda insignificante neste cenário. Cerca de 600 mil metros quadrados mensais são exportados para a América Latina, e disso ZERO para o Brasil. Com os chineses que tenho conversado nos dois últimos anos, nenhum deles conhecia o Brasil, ou no máximo sabiam o que todos sabem: Pelé, Maradona e Ronaldo são os melhores do futebol, e macacos, crocodilos e serpentes andam nas ruas da capital, Buenos Aires, que eles não têm certeza se fica perto do México, ou da Austrália. São desinformados, e não sentem o menor remorso, pois eles têm produtos, dólares e pouco comprometimento com a ética comercial. O mundo que se curve.
sexta-feira, fevereiro 29, 2008
Aspectos Sociológicos do Design
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