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Tendências e Empreendedorismo - Gramado como Modelo Palestra

segunda-feira, maio 12, 2003

PACARD -
Furniture design


Estrutura Medotológica
para
Desenvolvimento de Novos Produtos

1 - Resumo

O trabalho propõe uma metodologia de abordagem na gestão de projetos no desenvolvimento de produtos moveleiros, tendo como base teórica normativas de segurança do trabalho (NR-17), publicações técnicas do meio científico e opiniões de profissionais que atuam no segmento através de instituições envolvidas no processo, tais como:
UDESC (Prof. Eduardo Miguel Talmasky, Dr. Engº); SENAI-CETEMO/ UCS (Renato Hansen, Coord. De Curso de Tecnologia de Produção Moveleira; Kaminski, 2000, no qualitativo do desenvolvimento do projeto em si; Favero e Castro Casaroto, citados por Talmasky concluem que: “define-se a engenharia simultânea como simples idéia de ter um grupo de trabalho sobre um sistema, num desenvolvimento total de atividades, tudo centrado no benefífio do consumidor”. Nessa definição, “o sistema traduz os parâmetros de projeto, produção e de suporte, todos integrados numa mesma unidade”. Considero, portanto esta técnica, onde o projeto do produto é o centro, ao que se acoplam diferentes disciplinas, para iniciar o trabalho simultâneo, incluindo todas as diferentes atividades que definem o produto.
Considerando não encontrarmos literatura integral nem legislação e que defina metodologia, concentramos nosso foco integrando excertos de um conjunto de conceitos individuais, buscando-se em outras áreas, como o “Marketing” e técnicas industriais como o QFD – Quality Function Deployment – o apoio para o atendimento de exigências da norma ISSO 9001 com o estabelecimento da gestão de todas as relações envolvidas no processo, sem no entanto deixar de considerar cada cliente e suas potencialidades para implementação dos processos, e especialmente, seu real interesse nessa implementação, avaliando que não se deva atribuir unicamente ao design ou ao designer do produto a árdua tarefa de implementação desse processo, mas como parte de uma abordagem que possa promover o enriquecimento profissional dos envolvidos no contexto da globalização.
Nessa abordagem ainda citamos PERUZZI, JAIME TOREAN, 1998, que planifica o surgimento do novo produto como uma consequência da inter-relação de dependência entre os setores de Marketing, Compras, Design e Engenharia.
Esse desdobramento da função de qualidade – QFD – parte das necessidades do consumidor, para convertê-las em parâmetros técnicos. Assim o QFD é uma ferramenta que consegue determinar a qualidade, não somente na fase do projeto conceitual, como também em fases posteriores: combinando necessidades do mercado com dimensionamento técnico, e análise da concorrência, no conceito de HAUSER & CLAUSING, 1988, onde complemento ainda a dinâmica de produtividade.
Saliento que outro elemento importante no desenvolvimento do projeto de produto, são os suportes informáticos, que em considerando o nível tecnológico dos clientes, que na sua grande maioria são empresas recém saídas da informalidade, torna-se obsoleto na fase de complementaçnao de novos produtos. Reserva-se esta fase para uma segunda etapa ou ainda adiante, pois há considerações levantadas sobre o assunto, tais como a inexistência de equipamentos de comando numérico, política de custos, metodologia gerencial, administrativa e financeira, estas mais urgentes, no conceito dos próprios clientes, do que uma metodologia científica sobre a questão do design.
Mesmo assim, para aquels empresas que já se qualificaram, a CIM (Computer Integrated Manufacturing), segundo KAMINSKI, 2000 permite uma instantânea e compreensível troca de informações, devido ao fato de todos os níveis de atuação trabalharem sob os mesmos códigos representativos de informação. A implementação do CIM implica a utilização de diversas tecnologias baseadas na informática, tais como:
CAD – Computer Aided Design; CAE – Computed-Aided Enginering; CAM – Computer-Aided Manufacturing; CAT – Computer-Aided Testing; CNC – Computer Numerical Control; FMS – Flexible Manufacturing System; MRP – Material, Requiremente Planning; Robótica; Inteligência Artificial e Prototipagem Rápida.
Para a área de desenvolvimento de produtos, são utilizadas as tecnologias CAD e CAE, e mais recentemente, a Prototipagem Rápida, embora ainda não tenhamos utilizado estes serviços, pelo tipo de trabalho desenvolvido e nível informal dos clientes, e pela agilidade das operações em chão-de-fábrica, por considerarmos esta forma mais adequada no momento aos nossos clientes.
O CAE, engenharia assistida por computador, também não temos utilizado, pelo já descrito acima, e principalmente por trabalharmos mais com produtos de madeira convencionais, de tecnologia já conhecida, sendo desnecessária sua utilização.
Mais adiante colocaremos os passos de trabalho em que serão utilizados recursos de CNC.

2 - Gestão da Qualidade no Projeto do Produto Moveleiro

Os componentes na gestão de projetos moveleiros devem contemplar a perspectiva de integração máxima, onde cada setor entende e incorpora às suas estratégias a necessidade de atuar como parte de um sistema abrindo mão muitas vezes de necessidades individuais em benefício do todo, não sem que se tome por princípio o respeito à individualidade de cada empresa e em cumprimento às suas necessidades, cujo objetivo deve ser contemplado na elaboração de cada proposta.
Num segundo sentido trata-se de modificar o modelo tradicional de desenvolvimento do processo de produção da industria moveleira para um novo modelo de produção com menor numero de etapas, maior variabilidade de resultados, maior flexibilidade e transparência em todas as fases.
A norma NBR ISSO 9001(ABNT, 2000) estabelece os elementos do sistema de gestõ da qualidade envolvendo o projeto do produto, através dos requisitos para o “Controle de Projeto”, composto dos seguintes elementos: planejamento de projeto e de desenvolvimento, interface técnicas e organizacionais, entrada de projeto e alterações de projetos”. Os demais ítens do sistema de qualidade e previstos pela norma interagem com o projeto, como controle de documentos e dados.
2.1 – A Qualidade do Processo de Elaboração do projeto
Os procedimentos constituintes do sistema de gestão da qualidade no processo podem ser descritos como:
- Identificação e estabelecimento do fluxo de atividades de cada processo constituinte da elaboração do projeto.
- Estabelecimento do fluxo geral de projeto com todas as relações de interface e definição dos momentos de tomadas de decisão e concepçåo conjuntas;
- Definição das funções de coordenação de projeto e comunicação envolvidos; procedimentos de convocação e coordenação de reuniões; registro de decisões adotadas pelos projetistas em comum acordo com a diretoria; procedimentos de elaboração de cronograma de projetos, mapa de acompanhamento de projetos.
2.2 – A Qualidade da Solução do Projeto
- A qualidade da solução refere-se ao conjunto resultante :
- Da con cepção formal-funcional levando-se em conta os valores socio-culturais e de desempenho técnico econômico.
- Da concepção estética e simbólica que esteja ligada ao ato criativo (semiótica), mas também aos valores culturais do ambiente em que o produto está se inserindo,
- Das especificações técnicas do ponto de vista de comportamento sob todas condições de uso ao longo da vida útil, respeitando-se inclusive as relações econômicas entre custos iniciais e custo ao longo da vida útil ao produto.
- Das relações queo o projeto determina entre as atividades necessárias para a produção que determinam a produtividade a ser atingida no processo de trabalho e por conseqüência dos custos de execução.
- Os procedimentos constituem o sistema de gestão da qualidade do projeto quanto à qualidade da solução são:
- Metodologia de levantamento de necessidades dos clientes internos e externos.
- Parâmetros padronizados relativos a cada projeto e respectivas interfaces: consistem de definições prévias de projeto de padronização, incluindo detalhes (Know-how da empresa). Neste fator é importante considerar o que define o artigo17.1 da NR-17 quando se refer à implementaçnao de parâmetros:” A palavra parâmetros criou uma falsa expectativa de que seriam fornecidos valores precisos, normatizando toda e qualquer situação de trabalho. Apenas para a entrada eletrônica de dados, é que hea referência a numeros precisos.”
- Embora essa definiçnao normatica estabeleça fundamentalmente a qualificaçnao do trabalho em sim, o conceito é amplo e não deve ser desconsiderado enquanto delineador de caminhos para o desenvolvimentos de nosos produtos para utilização e conforto do ser humano.
- Das especificações que definem as características psicofiológicas inerentes ao uso coletivo ou individual referentes à adequação do produto ao homem (antropológico). Se a ergonomia se distingue pela sua característica de busca da adaptação das condições do trabalho ao homem (aqui podemos definir trabalho por uso do mobiliário, enquanto elementos de uso plural em suas finalidades, como a cadeira, mesa, bancada de computador, carteira escolar, etc), aprimeira pergunta a se colocar é: quem é este ou quem snao estes seres humanos a quem vou projetar este móvel? Evidentemente, todo o conhecimento antropológico, psicológico, fisiológico, de arte, história, semiótica, etc, está aí incluído, e não podemos fazer uma listagem completa de todas estas características. Ainda nnao se tem conhecimento acabado sobre o homem. Mas todas as aquisições dos diversos ramos do conhecimento devem ser utilizadas na melhoria das condições de trabalho e criação dos produtos, considerando que o objetivo final serea sempre o ser humano.
- A mesma NR-17 define em suas especificações sobre as condições de ajustabilidade do mobiliário de trabalho, mas que aqui devem também ser consideradas, que o produto deva atender a 95% da população. Nesse caso, considerando as parcas fontes de regulamentação do biotipo regional, e verificando que os produtos encontrados no mercado brasileiro sejam na sua maioria cópias imperfeitas do mobiliário clássico, ou mesmo contemporâneo, as dimensões são aquelas determinadas pelo produto original de procedência em geral européia, ou norteamericana, e isso faz com que, semelhantemente a produção e as normativas do mercado de matérias primas tais como painéis, cortes de madeira e outros ainda sejam mesurados em polegadas, provenientes do sistema métrico inglês, cujo norteia os parâmetros métricos inernacionais fundamentados no biotipo antropomórfico caucasiano, cujas origens aindam remontam o império romano, onde as ruas deviam ter a largura proporcional ao cavalo de César, e a polegada, o compimento do polegar do rei, qual, ninguém mais sabe.
- Ainda hoje a arquitetura se baseia nos padrôes de Le Corbusier, compilados por E. Neufert após a segunda guerra, para estandartização dos ambientes. Portanto, seria um debate interminável buscar qualificar padrões exatos para produtos cujos ocupantes são variáveis.
- O entendimento das questões relacionadas com os aspectos construtivos e de utilização dos objetos deve ter continuidade através da experimentação e simulação de modelos funcionais. A compreensão dos princípios de estrutura relativa à adequação dos materiais e sua transformação, será efetuada também através da análise de formas e tipologias semelhantes interpretadas em tecnologias de materiais distintos. A conclusão deste percurso, irá incidir na análise dos setores industriais da produção do mobiliário doméstico ou comercial.
- Esta metodologia é completada ao longo de seu percurso, com a prática das representações rigorosas renderizadas livremente de forma convencional (poderá ser digital) inerentes ao projeto e sua comunicação.
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2.3 – A Qualidade da Apresentação do Projeto
Trata-se da apresentação adequada para fazer com que as decisões relativas às características do produto não sejam tomadas apenas na fase de elaboração do projeto retirando-se decisões improvisadas no chão-de-fábrica, devendo-se definir:
- Os padrões de apresentação gráfica de todos os documentos
- Os padrões de integração de sistemas informatizado.
- Os padrões de apresentação de especificações técnicas considerando os momentos e graus de detalhamento e segundo os momentos em que as mesmas ocorrem: na elaboração do projeto; procedimento de qualificação de fornecedores e compras.
- Os padrões de apresentação dos memoriais técnico e dos memoriais de vendas assegurando o emprego dos produtos em conformidade às normas técnicas.
Como parte do sistema de gestão da qualidade que envolve a elaboração do projeto ainda deve-se destacar a elaboração de metodologia de avaliação da satisfação dos clientes.

(Fontes: A Gestão da Qualidade do desenvolvimento dos Produtos Moveleiros, Prf. Eduardo Miguel Talmasky, Dr. Engº - UDESC; Oficina de Design Mobiliário – Min. Educação, Portugal – Profs. Paulo Parra, José Viana e Raúl Cunca; NR-17 – Manual de Aplicação – Min. Trabalho, Brasil, 1994. – Conceitos de livre interpretação dos citados autores, com acréscimos do Designer).


Natureza do Design

Considerando ser o design, na definição de RENATO HANSEN, : “um poderoso instrumento na diferenciação de seus produtos e na conquista de mercados….que consiste no desenvolvimento de novos produtos ou redesenho de produtos existentes, levando em consideração aspectos como: custo, forma, materiais empregados, processo de fabricação, estética, ergonomia, segurança entre outros”, e também considerando, no caso específico, o paradoxo da busca da vocação mercadológica, aliado ao Marketing expontâneo do assim denominado “ Estilo Gramado”, ou “Estilo de Gramado”, entendemos a necessidade da aplicação dos conceitos resultantes do experimento com a teoria acadêmica. O fator empírico que norteia o atual estágio da indústria situada na Região das Hortênsias do Rio Grande do Sul se auto-define como “autóctone” no sentido figurativo de um conceito mercadológico nato resultante das características climáticas, de colonização, topográficas, culturais, mercadológicas e ambientais do lugar.
Em se considerando num breviário histórico a partir de 1967, quando do surgimento de um pequeno atelier individual, passando a um núcleo de artesãos e daí a definição de um estilo que, mesmo em constantes metamorfoses, fixou-se no cenário nacional e hoje internacional como um adjetivo a um produto, tal como ocorre em gentílicos de vinhos e espumantes ou outros similares, deve-se considerar esta característica única no setor, no Brasil, e proporcionar ajustes que permitam o enlace entre a demanda global de tecnologia, e a identidade de um produto de origem.




3 – Projeto Gramado 2003 – Passos de fundamentação dos produtos criados

Como mencionei, por suas características diante do mercado brasileiro da indústria moveleira, Gramado tem uma representatividade quantitativa quase insignificate. Produz num parque industrial com ínfimas possibilidades de expansão em área construída, dada a topografia do município, condiçnoes de prioridades ecológicas aliadas ao turismo contemplativo e de eventos, torna-se inpensável propor crescimento de produção, exceto aquele proporcionado por ajustes tecnológicos e compactação de lay-out numa tentativa de acomodação dos equipamentos existentes ao parque construído.
De outro lado, a necessidade de qualificação dos produtos para maior rentabilidade, e sendo impossível a expansão de chão-de-fábrica, se faz necessário agregar valor aos produtos ora oferecidos, seja com nova modelagem ajustada aos padrões de exigência do consumidor, seja qualificando os produtos exsistentes e agregando possibilidades de torná-los competitivos pelo visual e principalmente pela qualidade. Esta é a sílaba tônica do que propusemos fazer em nosso trabalho para um grupo de 19 empresas que reúnem o qulificativo de pertencerem a uma vanguarda local, inspirando uma liderança silenciosa, mas efetiva sobre tudo o que faz, sendo observada, seguida e até copiada em etapas de ajuste da aceitação do mercado.

Aplicação das metodologias mencionadas neste documento. Utilizar ou não?

Embora ofereça subsídio para os melhores eventos produtivos, o material descrito é um compêndio de pesquisas, excertos de opiniões registradas por eminentes teóricos e balizados profissionais do setor, mas entendemos que a falta de água pode matar pela sede, e o excesso dela, por afogamento.
Uma sociedade produtiva que faz malabarismo para se suster entre a natureza que encanta e o mercado que clama, deve ser tratada com delicadeza e parcialidade. Embora a globalização venha rugindo de forma incontrolável, e com isso exigindo uma padronização absoluta de métodos e processos, somos por vezes forçados a lembrar que o ser humano ainda é o objetivo de qualquer ação proposta pelos meios de produção. Do homem para o homem, tendo o homem como alvo, método, instrumento e origem.
Considerando que a indústria operante em Gramado e Canela advém de uma feliz associação entre o atesanato e o turismo (um geralmente leva o outro à ação), imaginar em implantar métodos e processos que possam servir em outros pólos produtivos, caracterizaria uma agressão tão violenta ao espírito criativo deste núcleo, que poderia vir a barrar futuras ações necessárias e viáveis, porque mesmo que se altere o curso de um rio, ele continuará a ser um rio. Mesmo que poluamos seu leito e invadamos suas margens, continuará a ser um rio.
Nossa experiência em Gramado nos mostra que Gramado não deseja mudar. Mais tecnologia, sim. Mais empregos, e melhores ganhos, sim. Desumanizar e descaracterizar sua industria, não.


Como conciliar crescimento, tecnologia e artesanato?
Em primeiro lugar, sem impor condições, tecnologia ou produtos que a comunidade nnao quer. O avanço deve ser gradual e até mesmo lento, seguro e eficiente. Naturalmente há empresários que desejariam poder competir com outros pólos produtivos, mas com seus próprios produtos, pis estes produtos representam a identidade comercial que os fez chegar onde chegaram. Alguns até mesmo podem utilizar estes recursos, e há ainda os que já os utilizam. Mas não é esta a realidade da grande maioria, que ainda produz móveis sob medida, da mesma forma que se produzia há vinte anos atrás. Mudaram os modelos, alguns materiais, os componentes, os produtos de acabamento, a forma de montagem e usinagem. Mas o que não mudou foi o conceito do mercado em relação aos produtos com a “marca Gramado”. Mesmo os estilos já mudaram quatro vezes, mas o mercado não percebeu, porque define “Gramado” (estilo) como um estilo de vida. Um status conquistado. Um sonho realizado ou por realizar.
E isto tudo, porque a geografia e a topografia do lugar não permitem construão de grandes pavilhões para massificar a produção do mobiliário.
Gramado é uma “boutique” no que tange à decoração, mas é uma “boutique” acessível a diversas camadas de consumo, entre os consumidores dos padrões que vão de “A” a “D”. E não deve ser mudada.
Compreender este tipo de cliente torna-se quase um segredo, a partir de um aprendizado que só pode ser vivenciado quando o agente (designer) se tornar cúmplice de seus clientes, ao ponto de interpretar não apenas a vontade e o tipo de produto a serem desenvolvidos, mas a natureza do “modus vivendi”, e “modus operandi” de seus consulentes.
Desta forma optamos por realizar um trabalho que pode diferir dos padrões que citamos, não por desconhecermos estes padrões, mas por julgarmos inteiramente desnecessários, inexpressivos e obsoletos no ambiente que por mais tempo permanecemos: o chão-de-fábrica.

Confiabilidade no Profissional

Nossa vivência com diversos tipos de industrias e clientes nos levou a desenvolver nossos trabalhos com mais horas de chão-de-fábrica e menos horas de estúdio, embora tenhamos a necessidade do silêncio da pesquisa e do projeto em si. Mas entendemos que, por mais detalhado que seja o projeto, mais clara a renderização, nossa presença tomando decisões junto aos prototipistas e com a direção das fábricas é o fator fundamental para a agilização dos processos e qualidade dos produtos criados.
Alterações, acréscimos ou substituições são definidas “in loco”, e num curto período, e com menor desperdício de tempo e materiais, tornando realidade as peças que tínhamos imaginado, e ainda nesta proximidade, tomamos as decisões com co-participação de todos os profissionais que atuarão diretamente na industrialização do produto.
Nossos protótipos são desenvolvidos no próprio ambiente de fabricação, e com a fiscalização dos funcionários, gerentes, diretores, e em muitos casos, pelos lojistas e representantes. Não fazemos mistério dos novos produtos, pois entendemos que todas as pessoas que participam de uma familia produtiva têm responsabilidades e a eles se deve confiabilidade, e suas opiniões, por mais singelas que pareçam podem fazer a diferença entre um bom ou mau produto. Muitos problemas são detectados pelos próprios funcionários envolvidos na fabricação. Muitas dificuldades de produção são apontadas pelas pessoas que operam as máquinas, procedem a montagem ou providenciam o embarque dos produtos. Desta forma, o processo é democrático e participativo, independente do tamanho da indústria ou do número de empregos que oferece. Todos são apontados como merecedores pelo sucesso, ou cúmplices pelo fracasso de um produto que não saia da indústria com o melhor da qualidade que possam oferecer.

Identificação do mercado consumidor – Quem define isso: O Designer ou o cliente?

Há casos e casos. Vejamos alguns.
1 – Cliente inseguro: Procura o profissional e relata que precisa criar produtos novos para agregar valor aos seus produtos. Mas os novos modêlos devem obedecer ao seu processo produtivo. Não sabe o que quer, mas aponta esta direção.
Nossa atitude, naturalmente após o diagnóstico de sua empresa, recursos, fornecedores, produtividade, “know-how”, clientes ativos, etc, identificamos nos seus produtos possíveis melhorias, e a partir de seu processo em atividade, tracamos alternativas.
2 – Cliente inovador: Nos procura com a firme intenção de mudar completamente de estilo e sistema de produçnao. Snao raríssimos, mas existem e já atendi alguns com esta característica. Nesse caso buscamos identificar as razões de sua mudança tão radical e suas consequências no mercado comprador. Em geral são clientes que tiveram lgum tipo de problema com a comercialização ou marca da empresa, que mudam totalmente de identidade. A começar pelos produtos, passando pelo nome da empresa, representantes, etc.
3 – Cliente cauteloso – Cliente conservador: Não pode ser confundido com o cliente inseguro. Enquanto o primeiro busca agregar valor ao que jea produz, o úlimo apenas propõe acréscimos à sua linha, ou muito cautelosamente aceita uma nova linha, sem mudanças significativas, que possam complementar seu catealogo e garantir mais espaço nas vitrines de seus clientes.
4 – Cliente vanguardista: Este quer estar à frente de seu tempo, seus concorrentes, seus clientes e não tem medo de inovar. Este costuma ser o cliente mais arrojado e o que aceitas idéias novas com mais facilidade. Mas pode ser aquele que pode facilmente derrubar um designer, se este profissional não tiver maturidade sificiente para absorver e manter o necesseario equilíbrio diante de tantas portas se abrindo. Frear os ímpetos de criar por criar, de fazer do produto um objeto de arte para consursos ´ a grande tentaçnao do designer. Manter a calma é o caminho seguro a tomar.
De minha parte, optei por não vencer concursos, dos quais recuso-me terminantemente a participar. Optei por vencer o mercado. É um desafio maior e garante mais emprego aos meus clientes.


Pacard Designer
Maio de 2003