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sábado, setembro 11, 2010

Terceira Felicidade
Pacard


Meu grande e querido amigo, Pastor Anísio Chagas, é a pessoa que conheço, que maior exemplo traduz, de que idade é apenas uma convenção, e um desalinho do tempo, mas não uma sentença final. Anisio, aos oitenta anos ainda é capaz de fazer brilhar o olho de quem quer que seja, ao falar de seus projetos, que ele não vê como sonhos, mas como aspirações, metas, desafios e sobretudo, oportunidades.
Há muitos anos que o conheço. Da primeira vez que o vi pregando na igreja do IACS (instituto Adventista Cruzeiro do Sul), em Taquara, RS, não gostei do que ele falou em seu sermão eloquente: convocava a assembléia a se tornar despreendida e fazer donativos para a construção da igreja do colégio, cuja planta ele mesmo participou dos detalhes, e se encontra lá hoje, imponente, provando que o entusiasmo de um homem somado à sua Fé no Deus Criador, tudo pode. Mas eu não gostei de seu sermão. Falava demais de dinheiro e eu não sou diferente de ninguém: tenho horror que falem em dinheiro, principalmente se for mexer com minha consciência. Dinheiro é meu, consciência é minha e pronto. Assim pensava eu.
Os anos se passaram e acabei conhecen Anisio mais de perto. Nos tornamos amigos. Mais que isso: nos tornamos cumplices de ideais. Aprendi a sonhar coisas fabulosas com ele. Certa vez, consegui que uma comunidade doasse um hospital para a nossa organização, e lá estava o Anisio com os chefões visitando o hospital e se reunindo com a direção do mesmo, porque era uma forma de se verem livres dum abacaxi, que é um hospital de interior. Não deu negócio, porque nossa Organização logo anunciou, na mesma reunião, que transformaria aquele pequenino e doentio hospital numa clínica modelo, com ampliações imediatas e aquisição de sofisticados equipamentos, ampliação do quadro clínico e tudo mais. Que tristeza: quando ouviram isso,os administradores do hospital se entreolharam e viram que não estávamos de brincadeira. E imediatamente começaram a tecer exigencias: Se vão ficar com o hospital, tem que aceitar tambem o cemintério, e uma lista imensa que começou a aparecer. Acabou ali a conversa. Entre organização e aquele hospital. Mas começou ali uma grande amizade entre Anisio e eu.
Eu frequentava cursos em Porto Alegre, e meu hotel era a casa do Anisio. Meu desjejum era o baquete da Jurema (nunca chamei o casal de senhor ou senhora. Entre amigos esse tratamento é dispensado). Assisti, ao seu lado, grandes decisões sendo tomadas no rumo de nossa Organização. Ele como intermediário. Eu como expectador atento. Por sua influência fiz cursos de homilética, liuderança, e tantos outros. E também por sua influência, recebi convites da Organização, por cuja indicação, sempre fui tratado com respeito e recebi atenção. Fiz palestras, montei projetos sociais, e por ironia, àquele mesmo hospital, fui chamado anos mais tarde para montar um plano emergencial, porque estava falindo. Fui lá e montei. Ganhou fôlego por mais alguns anos. Do hospital, não sei mais, mas o Anisio continua firme com seus sonhos, ou melhor com seus projetos.
Recentemente ajudei a montar mais um projeto que ele sonha e ora todos os dias. Fala e encanta ounvites, todos os dias. Investe energia todos os dias: o MAANAIM, que em hebraico traduz "Acampamento de Deus". Maanaim do Anisio é uma belíssima área verdade que possui no Vale do Itajaí, onde se dispôs a doar para a instalação de um CENTRO DE ORAÇÃO, ao modelo dos encontrados na Coréia, que segundo Ansio, é o pais que tem o maior número de centros de oração no mundo. E a grande inspiração de Anisio pela Coréia é seu gritante desenvolvimento humano, econômico e social. Um povo que ora é um povo que prospera.
Anisio me deu a honra de realizar o casamento de meus dois filhos, e a alegria de me fazer verter lágrimas pela apresentação de meus tres netinhos. Mas Anisio meu deu algo maior: a certeza que a idade é apenas um detalhe do tempo, pois quem ama a vida e acima dela Seu Doador e Mantenedor, não tem limites para viver, instruir, educar e sonhar.
Quero divulgar o MAANAIM, sonho derradeiro do Anisio, para me recompor do primeiro sermão que ouvi dele pedindo dinheiro. Hoje eu sei pra que era: Anisio foi um dos maiores construtores de igrejas que já conheci. Vive de forma modesta, mas chegar em sua casa é pegar uma senha para o paraíso, tamanha a hospitalidade com que se é recebido daquele lar.  Sua despensa está sempre pronta a servir um lanche, uma refeição ou um suco, que mostra que o resultado de uma vida firmada em sonhos e passos para alcançá-los, é apenas  a alavanca para que quando a velhice chegar, todas estas realizações sejam os propulsores para que não venha a parar jamais. O céu espera por gente assim. A terra precisa de gente assim. Eu tenho o prezer de ter gente assim em meu coração e minhas orações.

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