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quarta-feira, agosto 25, 2010

O CRIME DO MALA (2)
Pacard


Capítulo II
Mocotó nasceu então na Ilha do Desterro, ou Ilha de Santa Catarina, ou mais tardiamente, e não por culpa dele, denominada Florianópolis. Tornou-se por nascimento, um “manézinho”, adjetivo gentílico dado aos habitantes da ilha, por serem em sua maioria, descendentes diretos do Açorianos, portanto portugueses, portanto premiados com um considerável e variado estoque de nomes próprios.  Existiam então, todos os nomes possiveis e imagináveis, sendo que é pura lenda e um mito pejorativo dizer-se que portugues e seus descendentes possuam apenas dois nomes: Joaquim e Manuel. Isso não é verdade, pois não havia nenhum Joaquim na ilha. E de Manuel, apocopado, provém “Mané”, e por serem de diminuta estatura, tornaram-se os “Menézinhos da Ilha”. Este adjetivo era considerado um deboche até os anos 80, mas como o Brasil é um país de festa, onde tudo vira samba e cervejada, e a Ilha teve um herói nas quadras de tênis, o Guga Kuerten, que não sentia nenhuma vergonha em ser um mané, ou melhor, sentia-se feliz em dizer que era uma manézinho da ilha, foi que dali em diante, ser mané virou adjetivo honroso. Na verdade é dessa forma que muitos importante sobrenomes surgiram: Cardoso, por exemplo, era um plantador de cardos, uma erva daninha, que na antiguidade servia como aditivo de curtição nos curtumes.  Ainda é definido como Sobrenome de origem portuguesa, classificado como sendo um toponímico, ou seja de origem geográfica. Vem da expressão "terreno Cardoso ou chão Cardoso" isto é cheio de cardos.  Outro nome: Adamastor, significa “invencível, indomável”. Claro que há também outros nomes que seria melhor não haver significado, como por exemplo: Bevilacqua, que significa “o que bebe água”, mas se referindo a vinho, numa tradução contemporâneas livre seria literalmente: “Pau d’água, bebum, gambá”.  Outro nome conhecido, Barbosa - Sobrenome português toponímico, indica um lugar onde há muitas barbas de bode ou barbas de velho (espécie de planta).  E por aí seguem os exemplos, de como um apelido, uma brincadeira, uma referencia territorial, podem se tornar pomposos um dia em futuras gerações.
Pañuelo era um nome pomposo em Valencia. Tanto poderia significar um lenço, um pano, como a origem de seu ancestral, um vendedor de tecidos, “pañuelos”.  Já Pitombo, segundo o dicionário de significados informal, diz que o ato de “pitombar” significa promover sexo de forma tempestuosa, do tipo que quebra a cama, arranca porta, derruba armário, faz voar telhas e deixa o jardim da casa em pandarecos.  Nada mais apropriado a um espanhol de sangue quente e gestos teatrais, dramáticos, imponentes. Um espanhol não diz apenas “bom dia”. Tem que ser estrepitoso. O corpo inteiro participa da saudação. As mãos e a voz tremem.  Assuma a posição do Paso Doble diante do touro que escarva para o derradeiro ataque. Não que seja necessariamente este o espírito de  Genevaldo, e nem poderia ser, pois a vivência da ilha aos poucos vai trocando a imponencia pela curiosidade desconfiada, e quando percebe, deixa de ser um Pañuelo Y Pitombo, e se torna o Mocotó, porque era seu prato favorito.

....continua

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