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quarta-feira, outubro 06, 2010

O Tempo
Pacard

"O tempo não me dá tempo de bem o tempo fruir, e nesta falta de tempo, nem vejo o tempo fugir", diz uma antiga quadrinha poética, que falava de uma forma rimada da correria do mundo hodierno. E em se considerando que essa quadrinha tenha mais de cem anos, como seria escrita em nossos dias?
Quando consideramos o tempo, não estamos falando do tempo de Eisntein, que o correlacionava com o espaço, mas estamos falando daquele lugar em nossas vidas que dedicamos a nós mesmos, ao nosso prazer, à nossa companhia, seja através de nossa própria companhia, ao que alguns a chamam de solidão, ou mesmo na companhia de alguém, a quem chamamos de amigo, amor, afeto ou até mesmo desafeto, pois o tempo compartilhado é um tempo em dobro dentro do mesmo espaço de horas.
A noção de tempo é sim relativa, não ao espaço percorrido num mesmo compasso das horas, mas à sensação daquele instante, pois assim como o tempo que falta para o fim de uma partida de futebol ou basquete é diferente para quem está vencendo por um ponto ou gol, ou quem ainda tem chance de recuperar o ponto perdido nos derradeiros instantes. O tempo para quem sente dor é diferente do tempo daquele que vê a dor chegando de forma imponderável e a cada instante que passa faz por aumentar a angústia que o espera,  enquanto o primeiro não vê a hora que seu sofrimento cesse. Seu tempo não é o mesmo tempo do outro. Não podem ambos os tempos serem medidos por horas, mas por sensações.
Da mesma forma, dizem os físicos que o tempo começou a existir com o Big Bang. Os Criacionistas poderiam afirmar que teria sido com a Criação. Seja como for, não posso concordar com nenhum deles, porque teria que admitir que antes da Criação não houvesse tempo ainda. Havia. O que não haviam eram parâmetros para comparação, porém isso não torna a existência do tempo num estado caótico, porque seria como admitir a inexistencia do nada. Existem, ambos. O tempo e o nada, no mesmo lugar e com o mesmo princípio e sob o mesmo fundamento.  O tempo e o nada são mais propícios à existência do que o futuro ou o presente, pois o que é o futuro, senão o passado que ainda não aconteceu: Ou o passado, não seria o futuro ao inverso, ou o futuro antes que viesse a acontecer? E não seria  ainda o presente, a linha imaginária e tênue que separa o passado do futuro? E não seria esta linha ainda mais tênue do que a linha do horizonte: Porque o horizonte é possivel que seja mostrado de maneira virtual, porém o passado e o futuro nem mesmo podem ser demonstrados senão por elocubrações pictóricas de personagens ou indumentárias, ou formas de arte ou arquitetura, que remeta a um estado de tempo ou outro, mas continuam a ser menos palpáveis ou ou outro do que o mencionado horizonte. E mesmo sendo futuro e passado, ou até o presente, que é o único estado de tempo que podemos ter percepção, mesmo sendo o mais tênue e frágil, estados imaginários de tempo, ainda assim permitem ao tempo que sempre tenha existido, pois não seria o passado um infinito atrás e o futuro, um infinito à frente?
Vamos admitir que o tempo tenha realmente iniciado com o princípio da matéria, mesmo assim, se a matéria existe porque vence continua luta contra a anti matéria, não poderia também ser o tempo uma antítese de si mesmo cujo epicentro seja o exato instante em que tudo deixa de ser nada e passe a se expandir formando a massa infinita do universo, e que atrás de si no inverso do quadrado das distâncias elevado à razão infinita sobre uma base também infinita (n elevado à potência menos n), e que na mesma distância e proporção se encontre com seu inverso dentro de um espelho esse universo inverso cuja forma tenha sido o próprio tempo?
Creio que estamos presos a um tipo de eternidade controlada pelo próprio tempo que se entrecruza com o espaço, que também dizem ser finito, ou infinito condicional à capacidade humana de calcular. Penso porém que Einstein teria se limitado a esses dois finitos com o seu tempo, e que em meu raciocinio de tempo, esse tempo é o que excede aos limites do infinito cósmico e não o tempo integral onde estrelas e partículas de luz e radiação possam ser contadas ou  fracionadas. Penso que  o tempo anterior ao tempo de Einstein seja o tempo verdadeiro, pois o tempo da física pode ser acelerado ou retardado pela velocidade da luz. É um tempo prisioneiro de convenções, enquanto o tempo ante pós seria um tempo multidirecional, verdadeiramente infinito. O tempo de Deus. Absoluto e pleno.

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