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quarta-feira, junho 23, 2004

O direito de estar errado
Paulo Cardoso

Temos todo. Principalmente porque erramos o tempo todo. Felizmente, porque os erros são nosso grau de colação na tão promulgada “Escola da vida”.
Diz o adágio popular que só o homem tropeça duas vezes na mesma pedra. É verdade. Mas também só o homem pode se perguntar: “por que botaram esta pedra no caminho?”
Diz-se do homem ser fruto do seu meio. Meia verdade nisso, porque conheço gente decente neste mundo, e dizem que este mundão velho não é mais de se pegar com a mão. Meia mentira isso também, porque já encontrei pessoas que nasceram e foram criadas em famílias exemplares, mas se tornaram vegetais sociais.
Diz-se do homem ser um animal social. Não se compara: animal social pra mim é a formiga. Não Bush nem Bin Laden. Diz-se também do homem ser o melhor amigo do cão. Não? Ah, é o contrário? Justificado então os criadores de pitt bulls.
Diz-se que aqui se faz, aqui se paga. Ah, tá. Falem isso ao governo que daqui toma e lá for a tanto paga. Mas tamb´m se diz que cada povo tem o governo que merece. Pode ser. Todos devem ser castigados para se purificar e aprender a errar menos. Ah, mas dizem, isso eu não posso afirmar que saiba por mim mesmo, mas dizem, que em priscas eras o salário mínimo era o mínimo justificável para se chamar de salário, isto é, a justa paga por um dia de trabalho. Ah bom, mas isto não mudou. O salário mínimo é exatamente o suficiente para o que o homem necesita dar à sua família em um dia de trabalho. O problema é que o mesmo dinheiro precisa durar um mês.
Acho que estamos exercendo com louvor nossos direitos todos: o de errar, e o de pagar pelos erros dos outros. O de falar, e o de pagar políticos para que falem por nós. O de viver, e o de atrapalhar aqueles que vivem à custa do dinheiro que falta dentro do mês em nossos salários.

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