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terça-feira, junho 22, 2004

O Onze do nosso descontentamento

Paulo Cardoso



Definitivamente ninguem põe em dúvida que onze de setembro e onze de março
são duas datas divisórias, ou melhor dizendo, o primeiro onze divisa os
tempos, e o segundo, sela o têrmo nas mentes estupefactas do mundo temeroso.

E não foi apenas no complexo caminho das relações internacionais que isso
fez sentido, mas em tudo quanto a mão e a mente humanas podem influenciar:
na guerra, nas relações comerciais, políticas e institucionias. A justiça
foi redesenhada e as fronteiras se tornam a cada dia mais e mais
intransponíveis. O terror se espalha entre as nações. O mêdo toma o lugar da
esperança. E a paz se mostra cada dia mais distante de nós.

Desde que eu era menino, aprendi a estudar profecias e cria nelas porque eu
as estudava. Hoje creio no seu cumprimento, porque vejo diante de meus olhos
o destino das nações se descortinando diante do mundo como uma grande tela
de cinema que mostra com efeitos especialíssimos o fruto da imaginação de um
diretor.

Mas não estamos num cinema. O espetáculo magnífico escrito além dos portais
do infinito de nossa compreensão, ora se descortina como um rolo que se
abre. Mas a diferença é que não estamos diante deste rolo, mas dentro dele.
Não somos espectadores, mas persoganens desse épico formidável. Não somos
pagantes da bilheteria, porque alguém já pagou nosso ingresso. Não
pertencemos aos espectadores, porque somos protagonistas.

Os onze de nossas vidas serão jamais esquecidos, porque nos acompanharão
como marcas da intolerância e do desejo incontido de reviver a triste
história das grandes civilizações. Os onze de nosso tempo nos fazem lembrar
os antigos impérios, que foram conquistados pelo terror e dominados pelo
medo. Os métodos são os mesmos. Só as armas evoluíram. Hoje é bem mais
rápido criar civilizações e sufocar resistências. Quem viver, verá.



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