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terça-feira, junho 22, 2004

Relacionamentos
Paulo Cardoso

O tema central das lições da Escola Sabatina no próximo trimestre tratam de um ponto sensível na igreja, mas não apenas dela, como também do grande problema do novo século que engatinha por nossa existência. Oportuno e providente começar uma nova estrada cuidando da essência da vida: o trato de umas pessoas para com as outras. No meu entender, a mensagem central da pregação de Cristo, e a mensagem de esperança para o porvir, onde, caso as pessoas se comportassem exatamente do jeito que se comportam nos dias de hoje, sinceramente, não haveria a menor graça desfrutar da eternidade.
A questão dos relacionamentos começou no Céu, passa pela terra e volta e ter seu desfecho no mesmo Céu. Não se trata portanto de algo simples nem pequeno, mas vital e que se referencia no infinito. Sobre isso não há controvérsias. Pelo menos no meio cristão. Na verdade, controversa mesmo a questão dos relacionamentos nunca foi. Todos sabem, crêem e pregam que eles são a base de sustentação de uma sociedade. O que diferencia isso de outras civilizações, que também pregam a paz entre as pessoas, a tolerância, a compreensão, a empatia e a simpatia, enfim, os meios que produzam bem estar entre uma e outra pessoa quando estas têm que dividir espaços comuns, é a forma com que devem ser resolvidas as diferenças: pela justiça e pela humildade.
Eis aí o grande problema. Humildade. Todos pregam e instam à sua prática, desde que comece pelos outros. Todos desejam a paz, desde que os outros a pratiquem. Todos acham que impostos são devidos, desde que só os ricos os paguem. Todos acham que o país tem que mudar, desde que o governo o faça, e faça sem tocar na liberdade e no direito que cada um tem de se omitir. Todos acham que a administração de sua organização está errada e é arbitrária, mas nem todos lembram que as grandes corporações são a representatividade dos erros e acertos das pequenas coprorações, desde o grupo social local, passando pela família até chegar na organização moral e ética do indivíduo em si.
Não adianta desejar mudar o mundo, se não mudar a nação. Não adianta mudar a nação, se não mudar a sociedade. Não adianta mudar a sociedade, se não mudar a família, e de nada adianta mudar a família, se os hábitos viciosos de indivíduo não forem purgados em benefício de uma vida melhor, de uma familia melhor, se uma sociedade melhor e de um mundo aceitável.
De quem são os erros pelos erros dos outros, senão meus próprios erros pela omissão? De quem são os desvios da sociedade senão meus próprios desvios pelo egoísmo e marasmo ético? O são os tropeços dos caminhos senãos as pedras que eu próprio espalhei para impedir que outros andassem pelos caminhos que julgava meus? De quem são os espinhos senão os que semeei pelos campos alheios e que o vento os espalhou em minha própria seara?
De nada vale discutir relacionamentos se não estivermos dispostos a despir-nos dos trapos sujos de nossa covardia. De nada adianta espargirmos perfumes pelo ar se não estivermos limpos antes. De nada adiantam os belos discursos, se nossa vida não falar mais alto que nossa própria voz.

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